domingo, 25 de outubro de 2009

TEMPO da ESCRITA bíblica - Crônicas - Isaías



O exemplo de Crônicas:


Os relatos originais da Bíblia foram "escritos a mão", ou manuscritos, como mostrado no desenho abaixo:


Desenho de um escritor antigo

O tempo em que uma escrita antiga foi feita, pode ser descoberto de várias formas, inclusive pelos dados registrados pelo escritor.

Por exemplo, os críticos usaram a "circulação de moedas", para combater a antiguidade dos textos bíblicos.
Mostraram 1 Crônicas 29:7, onde diz que entre a arrecadação que o Rei Davi fez, para a construção do Templo de Salomão, existiram "... dez mil daricos".
Ora, como Davi havia arrecadado "dez mil daricos" se essa moeda NÃO existia no seu tempo?
Como o próprio nome diz, ela só viria a existir uns quinhentos anos depois, na época dos "Darios" ou dos reis persas.
Isso mostra, sem dúvidas, que o livro de 1 Crônicas foi escrito depois da época de Davi.
Alguém que viveu depois dele ATUALIZOU aquele registro.

O escritor deve ter vivido e escrito no tempo dos reis persas, pois o "darico" somente virou moeda corrente nos dias deles (Esdras 7:1 - 8:27).
Quem vivesse no período Persa, então, quando fosse "converter" algum dinheiro antigo para os seus dias, o converteria para o "darico", pois era a principal moeda que circulava naqueles dias, naquela região.
Assim, fica evidente que as Crônicas foram escritas no período Persa, bem depois do Rei Davi.

Portanto, como esse livro foi escrito, realmente, DEPOIS das ocorrências contidas nele, os críticos usam isso para afirmar que, com os primeiros livros da Bíblia, escritos por Moisés, teria acontecido a mesma coisa. Todos teriam sido escritos originalmente na época do exílio em Babilônia ou um pouco depois, no domínio persa.
Assim fica evidente, mais uma vez, como DETURPAM ou como "ajustam" as suas investigações.
Usam a moeda "darico" para dizer que o livro de Crônicas foi escrito DEPOIS do tempo em que os reis davídicos viveram e estão com a razão.
Mas, a partir desse ponto certo, já inventam outro, errado.

Inventam que os livros de Moisés, inclusive o de Gênesis, também foram escritos na mesma época de Crônicas.
Por isso, esses livros todos não seriam confiáveis, pois teriam sido escritos bem depois dos fatos terem ocorrido.
Contudo, no caso das Crônicas e de Gênesis, o fato de serem escritos depois não teria nenhum problema, pois são dados históricos.
As próprias Crônicas dizem que o seu escritor se baseou em REGISTROS que já existiam (2 Crônicas 13:22 - 32:32) e sabemos que isso acontece até os dias de hoje. Quando se escreve sobre a História de algum país, todos os escritores se baseiam nos registros que já existiam (ou que existem) a respeito.

Assim, a circulação daquela moeda persa prova, sem dúvidas, a época da escrita de Crônicas.
Mas só a desse livro.
Não tem nada a ver com o tempo em que Gênesis foi escrito (veja o "post" Gênesis).

Isaías:

Por outro lado, as Crônicas são testemunhas, também, de que o livro de Isaías já existia, pois forneceu dados para que elas fossem escritas.
O livro de Isaías havia fornecido dados, inclusive, sobre o Rei Ezequias, que viveu bem antes de Ciro, o Persa (2 Crônicas 32:32).

Portanto, se os críticos quisessem, mesmo, pesquisar as Crônicas honestamente, veriam que o livro de Isaías já tinha sido escrito bem antes de Ciro conquistar a Babilônia e antes, até, da servidão dos judeus ou do exílio em Babilônia (Veja o "post" Isaías).
Isso fica evidente.
Se ele viveu no tempo do Rei Ezequias, teria escrito naquela época.
E Babilônia e Ciro só entrariam em cena bem depois.

Então, citam Crônicas para "mostrar que esse livro foi escrito DEPOIS dos fatos acontecidos" e depois do Rei Davi, mas não as citam para "mostrar que elas usaram o "livro de Isaías" para os seus relatos, o que PROVA que Isaías já estava escrito ANTES das Crônicas.
Mas os críticos preferem deixar tais evidências de lado.
Preferem continuar deturpando ou alterando as DATAS dos escritos de Moisés.

Valores dos escravos pelas épocas


No entanto, as datas em que Moisés escreveu podem ser confirmadas de outra forma, por outros dados que também foram registrados nos seus escritos.
Por exemplo, Roland de Vaux e Kenneth A. Kitchen fizeram um estudo sobre o PREÇO dos escravos antigos.
Isso poderia servir para definir quando Gênesis foi escrito e para definir, também, a época em que viveu José (aquele que foi vendido ao Egito por seus irmãos).

O estudo descobriu que, em 2370-2190 AEC, os escravos valiam "10 ou 15 siclos (ou moedas) cada". Por volta de 1800-1700 AEC valiam "20 siclos cada". Por volta dos séculos XIV-XIII AEC valiam "30 siclos cada".
Por volta de 700-540 AEC, no tempo da Assíria e da Babilônia, valiam "50 ou 60 siclos".
No fim do domínio persa, de 400 AEC em diante, valiam "90 a 120 siclos", etc.
Gênesis 37:28 diz que os irmãos de José o venderam "por 20 moedas".

Tais valores situam o tempo em que ele viveu como sendo em 1800-1700 AEC, ou seja, na mesma época que a Bíblia diz. Algumas dezenas de anos depois de José até os séculos XIV-XIII AEC, o valor já teria aumentado para "30 moedas".
Os críticos ACHAM que a fuga do Egito se deu no século "XIV AEC", mas a cronologia bíblica diz que se deu nos anos 1500 AEC (Veja o "post" sobre CRONOLOGIA).

De qualquer forma, o estudo mostra que, no tempo do Êxodo, os escravos valiam "30 moedas", EXATAMENTE como Moisés disse em Êxodo 21:32.

Por aí, pode-se ver que os primeiros cinco livros da Bíblia foram escritos, mesmo, por Moisés, na ocasião daquela fuga, e NÃO depois, "no tempo do exílio para a Babilônia", como querem acreditar.
O valor escrito sempre se refere à época da ocorrência.

Tanto assim, que quando a Assíria cobrou um tributo de Israel, foram pagos "50 siclos por pessoa", que era o valor daquela época (2 Reis 15:20).
Ora, se os escritos de Moisés tivessem sido feitos no exílio de Babilônia, por que os preços dos escravos, de José e do Êxodo, NÃO foram de "50 ou 60 siclos", que eram os valores da época babilônica?
Na época antiga de José e do Êxodo, a quantia paga era menor, bem DIFERENTE.
Isso mostra, sem dúvidas, que os preços correspondiam ao tempo real em que José e Moisés viveram.
Mesmo que tivessem sido escritos depois, mostra que mantinham registros fiéis de cada época, que haviam vivido no passado.

Portanto, embora os críticos estejam sempre querendo “tirar o crédito da Bíblia”, nem percebem que, sem querer, acabam dando MAIS crédito ainda.
Como visto, ao afirmarem que “a época da moeda darico” serve para mostrar QUANDO o livro de Crônicas foi escrito, acabam concordando que, pelo mesmo raciocínio, “o valor dos escravos em cada época” serve para mostrar, também, quando os livros em que são citados foram escritos.
E, no caso de José e de Moisés, no Êxodo, os valores citados mostram que são de um tempo bem mais antigo, muito anterior ao do exílio babilônico.

No entanto, não querem enxergar as evidências e continuam procurando mostrar, apenas, o ponto que favorece a teoria deles, mesmo que para isso alterem ou deturpem os fatos (Veja "posts" sobre Êxodo e sobre Abraão).

Na realidade, com esses argumentos de que tais nomes, títulos, costumes, animais, etc., só aparecem em datas mais recentes, querem fazer crer que o livro de GÊNESIS, que conta essas histórias, foi escrito em cerca de 1050 AEC (ou nos dias finais do Rei Davi). Às vezes, adiantam ainda mais essa data.
Conforme visto acima, dizem que foi escrito durante o exílio babilônico ou até a Revolta dos Macabeus (ou por volta de 600 a 170 AEC).
Afirmavam, por exemplo, que Gênesis só poderia ter sido escrito do tempo do Rei Davi em diante, pois na época do Êxodo “os israelitas NÃO sabiam escrever nem tinham um alfabeto”.

 Porém, a Arqueologia mostrou o contrário (Veja "post" sobre Gênesis).
Então, se tal argumento mostrou-se absurdo, inventam outros, sem perceberem que poderiam ser mais absurdos ainda.

A respeito da conclusão ou do término das Escrituras Hebraicas (ou do Velho Testamento), de Gênesis a Malaquias (como os livros são colocados na maioria das traduções), tem-se como certo que elas foram terminadas no período Medo-Persa, por volta dos anos 440 AEC.

No entanto, tais críticos não aceitam isso, pois lançam dúvidas sobre os livros de Isaías e de Daniel, principalmente.
Por quê?
Porque não querem aceitar previsões (ou profecias).
Como Daniel profetizou a marcha das Potências mundiais, dizendo que a Grécia derrotaria os medo-persas e, depois, seria dividida em quatro reinos, acham que ele não poderia ter escrito isso antes, na época Neobabilônica como a Bíblia diz, mas sim depois, quando essa divisão já tinha acontecido, na época Grega (Veja "post" sobre Daniel).




Crédito do desenho: Postagens da Internet




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