quinta-feira, 5 de novembro de 2015

ÊXODO pela Arábia - Monte Sinai verdadeiro.





Segundo a Bíblia, exatamente no limite previsto por Deus (Gênesis 15:13-16), a nação de Israel, sob a liderança de Moisés, fugiu do Egito com muitos bens, no ano de 1513 AEC (para comprovar essa "data", veja o "post" Cronologia). 
Uma "curiosidade": juntando-se o "capítulo" e o primeiro "versículo" dessa citação de Gênesis, dá "1513".
Deus falava para Abrão que seus descendentes serviriam a um povo (que se revelaria no Egito), mas que, depois, ficariam LIVRES e "sairiam de lá com muitos bens". 
Talvez seja apenas uma coincidência, mas os judeus fugiram do Egito em 1513 a.C.

MAS, nessa fuga, eles atravessaram o Mar Vermelho, de um modo milagroso. 
Por meio de Moisés, Deus, cujo nome é representado pelas quatro letras JHVH, ou YHWH (Êxodo 3:14,15), fez com que as águas formassem como que “duas paredes, deixando um corredor seco no meio”, pelo qual puderam fugir  e por onde os egípcios os perseguiram. (Êxodo 14)
Depois que os judeus atravessaram, Moisés fez um gesto e o mar voltou ao normal, desfazendo o "corredor" e AFOGANDO aqueles egípcios.

Desenho da travessia do Mar Vermelho

Atravessaram pelo Mar Vermelho. 
Mas pelo Golfo de Suez ou pelo Golfo de Ácaba?

A cada tempo, surgem novas hipóteses. Uma que tem ganhado certo destaque, de fins do século 20 para cá, é a de Ron E. Wyatt, arqueólogo amador norte-americano.
De 1978 a 1984, ele também andou pesquisando a "rota do Êxodo". Faleceu em 1999.
Contudo, nas muitas fotos e anotações, que deixou a respeito, reuniu algumas evidências que poderiam ALTERAR o local da travessia e a localização do monte Sinai.

Embora esses dois lugares nunca tivessem sido confirmados pela arqueologia, muitos acreditavam e ainda acreditam que os israelitas fugiram pelas proximidades do atual Golfo de Suez e que, depois, receberam os Dez Mandamentos na península egípcia do Sinai, onde hoje existe o Mosteiro de Santa Catarina.

Mosteiro de Santa Catarina, acima, na Península do Sinai, no Egito, onde ACHAVAM que era o Monte Sinai (seta abaixo)


Em AZUL, o Mosteiro de Santa Catarina, em VERDE, a praia de Nuweiba e em AMARELO, o Monte Sinai na Arábia

Monte Sinai verdadeiro, na Arábia Saudita

Embora nem todos concordem com as pesquisas de Ron, porque ele misturava, às vezes, arqueologia com orações e visões de sua crença religiosa, alguns de seus dados parecem merecer CRÉDITO.

# Por exemplo, ele descobriu duas COLUNAS, no estilo ou no formato fenício, que continham “inscrições feitas em hebraico antigo”, com dados que poderiam ser do Êxodo. Elas foram fotografadas.
Uma, com a inscrição ilegível, ficava do lado egípcio, na praia de Nuweiba.
Outra, com a mesma inscrição, mas bem legível, ficava defronte, na Arábia Saudita.

A inscrição dizia: “Egito – Salomão – Edom – morte – Faraó – Moisés – JHVH”.

Coluna do Egito


Coluna da Arábia, que depois foi retirada

Em Êxodo 15:1-21, diz que, quando saíram do Mar, fizeram uma “comemoração”. Outras partes mostram que diante de acontecimentos importantes, em que Deus estava presente, os israelitas MARCAVAM tais locais. Essa coluna poderia ser, então, o marco daquela comemoração ou o marco do lugar de onde tinham saído.
Mais tarde, a que estava na Arábia foi retirada.
Deixaram, no seu lugar, um outro marcador (marca-bandeira), também fotografado.


Aviso (marca-bandeira) onde retiraram a coluna

# De 1978 para cá, defronte dessas colunas, numa profundidade de até 60 metros do mar, foram ENCONTRADOS outros detalhes, como um “osso fêmur” e algumas “costelas humanas”.
Mas o que mais chamou a atenção foram algumas RODAS de carruagens egípcias, revestidas com os corais.
Rodas de vários tipos: com quatro, seis e oito raios.
Algumas delas, “folheadas a prata e a ouro” (talvez fossem as dos oficiais ou as do Faraó). “As de oito raios foram usadas na Dinastia 18” (anos 1500 AEC). A Bíblia diz que Faraó usou “todos os seus carros” (Êxodo 14:7).


Osso fêmur humano


Costelas humanas mineralizadas


Acima, roda "folheada a ouro e/ou prata", onde os corais NÃO se agregam





Rodas tomadas pelos corais


Carro egípcio do tempo do Êxodo

Roda de seis raios achada no fundo do mar
  
O fundo dessa faixa de mar, entre as colunas, “se parece com um caminho plano, sem obstáculos” e atinge uma profundidade total de 110 metros (que seria mais do que suficiente para ter afogado os egípcios). 
Sob as águas, foram encontradas pedras alinhadas nos dois lados, como se fossem o “limite de um caminho”.


Caminho plano e limpo, sob as águas

Existe como uma PONTE submersa no centro, por onde atravessaram. À direita e à esquerda dela, o Mar é bem mais profundo

De Nuweiba até a Arábia, são 18 quilômetros

# A praia desse local egípcio (Nuweiba), segundo os especialistas, é a ÚNICA que poderia ter abrigado aqueles israelitas, naquela região do Mar Vermelho, pois o número deles era muito grande (mais de dois milhões de pessoas, entre homens, mulheres e crianças). 
Digno de nota é que, por detrás dela, só existem altos montes.
Quem passasse por aquele caminho, vindo do Norte, quando chegasse a Nuweiba, ficaria ENCURRALADO.


Praia de Nuweiba, no Egito

Vista de cima - Caminho branco para a praia


Chegada à Nuweiba - Atrás, os egípcios; aos lados os Montes e na frente o Mar

Na frente, só teria o mar. Atrás, os egípcios e, dos lados, só teriam os montes. 
A situação ficaria idêntica à que a Bíblia mostra, mas os nomes dos locais, onde ficaram encurralados, são diferentes. Não são os mesmos que se vêem na atualidade (Êxodo 14:2,3). Todavia, como visto, os lugares certos não foram confirmados até hoje, pela história.
Naquela época, portanto, poderiam ser conhecidos por outros nomes, como será visto mais adiante.

# Um mapa antigo aponta que Jetro, ou o SOGRO de Moisés, morava na região da atual Al Bad, na Arábia.



# Em Horebe, encontrou uma rocha partida, que poderia ser aquela por onde “teria saído água das pedras” como no episódio “Massá e Meribá” (Êxodo 17:6).
Ele teria achado, também, alguns poços, no acampamento. Poderiam ser parte daqueles que “recebiam e guardavam a água que descia do monte para o povo” (Deuteronômio 9:21 – Êxodo 19:23).
Teria achado, ainda, certos arranjos de pedras, que poderiam ser “aquelas das doze colunas” feitas (Êxodo 24:4). 
Diz que algumas pedras foram retiradas pelos árabes e levadas para uma Mesquita da cidade de Hagl.
De qualquer forma, numa foto tirada, mostra alguns “arranjos antigos de pedras” que foram organizados por seres humanos, sem dúvida. Isso mostraria que, naquele ermo, em algum tempo anterior, pessoas teriam passado ou vivido por lá.


Meribá? As beiradas estão lisas, como se fossem lavadas pelas águas




Altar de pedras. Seria "JHVH Nissi"? (Êxodo 17:15)


Arranjo de pedras feito por pessoas


Restos das 12 colunas

Foram achados vários poços feitos (seta "well")

# Mas o mais importante foi a descoberta de que o topo do Monte Horebe estava QUEIMADO.

A Bíblia fala que, quando foram dados os Dez Mandamentos a Moisés, devido à presença de Deus, o “... monte estava todo envolto em fumaça... a glória de Deus aparecia como um FOGO devorador... a montanha estava em chamas...” (Êxodo 19:18-20 – 24:17, Deuteronômio 4:11).
Exploradores que viram essas pedras, que formam o topo do monte, disseram que elas estavam mesmo QUEIMADAS. Quando as quebraram, viram que estavam “queimadas só por fora”.
Não eram daquelas pedras escuras por natureza (por dentro e por fora).
Apesar de estarem enegrecidas externamente, por dentro continuavam claras.
Parecia que tinham passado, mesmo, por um fogo abrasador.


Monte Sinai (de pedras claras) MAS com o cume QUEIMADO

Monte Sinai ao fundo

Ron também achou uma CAVERNA, que poderia ter sido aquela na qual o profeta Elias se escondeu em Horebe, quando fugira da rainha Jezabel (1 Reis 19:8,9).
Note que há uma ÁRVORE crescendo entre as pedras, no alto da caverna, e que as pedras se parecem com as TÁBUAS em que foram escritos os "Dez Mandamentos".
Dizem que Maomé, que ditou o Alcorão, visitou o Monte Sinai, nos anos 600 d.C., e falou sobre a ÁRVORE, que cresce entre as pedras no topo.


 Pedras defronte do Monte Sinai. Seta mostra a "árvore" e o retângulo mostra a possível "caverna de Elias" 


Foi achado com certeza, também, um lugar onde poderiam ter feito o “altar do bezerro de ouro” (Êxodo 32:5,19). Acharam umas rochas com a inscrição de uns bezerros (ou bois), em estilo egípcio. 
Na Arábia toda, somente lá encontraram esse tipo de figura. Inclusive o governo Saudita, percebendo o seu valor arqueológico, o CERCOU e colocou guardas no local.


Desenhos de bois, estilo egípcio (talvez tenha relação com o "bezerro de ouro")

Os árabes CERCARAM o local das inscrições, como patrimônio arqueológico

Associação dos fatos.

Com os dados de Nuweiba e da Arábia, Ron fez algumas associações:  Se Nuweiba fica por perto de Midiã, na Arábia, quando Moisés fugiu do Egito na primeira vez, antes do Êxodo, ele teria passado por lá, pois viveu quarenta anos em Midiã, que era a terra do seu sogro Jetro (Êxodo 2:15,21). Num dia, quando conduzia os seus rebanhos, “chegou ao monte do verdadeiro Deus, (ou chegou) a Horebe”, conforme diz Êxodo 3:1.

Êxodo 3:11,12 mostra Deus avisando Moisés que o usaria para tirar os judeus da escravidão. Avisa-o, também, que “... DEPOIS de teres feito o povo sair do Egito, servireis o verdadeiro Deus neste monte” (ou no Horebe, onde conduzia os seus rebanhos). Se Moisés morava com o seu sogro, em Midiã, na certa estaria “conduzindo os seus rebanhos” por perto de onde ele e Jetro residiam. SE Jetro morou, mesmo, na região da atual Al Bad, na Arábia, ele morou defronte de Nuweiba, ou um pouco mais ao sul.
Seria apenas natural, portanto, que, “depois de ter feito o povo sair do Egito”, VOLTASSE para aquela região, que conhecia muito bem, mesmo porque a sua adoração a Deus teria de ser feita por ali, onde ficava o monte Horebe. Portanto, o Monte Horebe, onde teria conduzido os seus rebanhos, ficaria em Midiã, na Arábia, e não na península do Sinai, no Egito.

“Por coincidência”, em Gálatas 4:25, o apóstolo Paulo fala a mesma coisa.
Ele diz que “... o monte Sinai (ou Horebe ou o monte do verdadeiro Deus) fica na Arábia”.
Com o tempo, talvez por causa de suas interpretações religiosas, teriam “mudado a localização do monte” e hoje, por causa da renda gerada pelo TURISMO na região, conservem a localização dele por lá.

Embora digam que a “Arábia” citada por Paulo fosse a península do Sinai, pois "os romanos a chamavam assim", tudo leva a crer que ele se referiu à ARÁBIA mesmo, pois no mesmo livro ele já a havia citado (Gálatas 1:17). Ele disse que, “partiu para a Arábia, (e que) depois voltou para Damasco”.
Talvez essa visita de Paulo, na Arábia, fosse uma visita ao Monte Sinai.

Naquele tempo, NÃO existia nada no local onde hoje existe o Mosteiro de Santa Catarina.
“Arábia” era mais ao leste.
Os romanos só a conquistaram com o Imperador Trajano, entre os anos 98-117 EC, muitos anos depois de Paulo. Trajano dividiu a região em três partes (Arábia Pétrea, Arábia Desértica e Arábia Feliz).
Mas Paulo tinha escrito bem antes.
Portanto, quando disse “Arábia”, provavelmente não quis dizer a região do Mosteiro, mas quis dizer, mesmo, essa região que Trajano conquistaria vários anos depois e, que, antes de ser conquistada pelos romanos, já era conhecida pelo nome de "Arábia", como Paulo escreveu.

Alterações de nomes antigos

Quanto à mudança de alguns nomes antigos, qualquer um de nós pode perceber, em outras passagens bíblicas, que isso realmente ocorreu, naquela região.

Por exemplo, Êxodo 17:8-13 mostra que quando estavam acampados em Refidim, travaram um combate com AMALEQUE (ou com descendentes de Esaú ou Edom).
Por quê? Porque acamparam na região em que eles viviam.
Aquelas eram as terras de Edom.
Em 1 Reis 11:14-18 mostra que, mais de quatrocentos anos depois, o Rei Davi também voltou por lá e destruiu muitos deles novamente (Gênesis 17:16), mas que Hadade e outros poucos edomitas conseguiram escapar. Quando Hadade escapou, tinha saído de Edom e chegado a Parã. Daí, ele e os outros foram para o Egito.
Mas quando saíram de Edom, a Bíblia diz que “... levantaram-se de Midiã”.
Parece claro, portanto, que aquela região era conhecida, também, por Midiã e que era um caminho que levava ao Egito. E que, antes de se chamar Edom e Midiã, era conhecida por Seir (Gênesis 36:8,9).
Fica evidente que os nomes geográficos mudaram com o decorrer dos séculos.

A versão TEB da Bíblia, em 1 Reis 9:26, mostra que “O Rei Salomão construiu uma frota em Esion-guéber, que fica perto de Eilat, na praia do mar dos Juncos, na terra de Edom.”
A versão TNM fala “... Eziom-Géber, que está junto a Elote, à beira do Mar Vermelho...” e a versão Almeida, de 1966, fala “... Esiom-Geber, que está junto a Elote, na praia do mar de Sufe...”.
Por um mapa atual, vê-se que Elote (ou Eilat) fica na “beirada curva” do Golfo de Acaba, na antiga região de Edom, ao sul do lago de sal, que é conhecido como Mar Morto.
Porém, o único mar verdadeiro que existe por ali é o Golfo de Acaba, um braço do Mar Vermelho!

No entanto, o original bíblico mostra as palavras hebraicas “yam-suf”.
Sabemos que isso significa “mar dos juncos”, como a TEB traduziu.
Tanto assim, que a versão Almeida nem as traduziu completamente. Traduziu apenas a primeira palavra, deixando-as como “mar de Sufe”.
Tais detalhes mostram que alguns nomes antigos MUDARAM (ou foram atualizados), sem dúvidas.
O mar dos juncos, das canas ou o “mar de Sufe”, nos dias de hoje, nada mais é do que o próprio Mar Vermelho, junto a Elote (ou Eilat), no Golfo de Acaba!

Ele já era conhecido com o nome que tem hoje, pelo menos, do tempo dos apóstolos para cá, pois o evangelista Lucas, que PESQUISAVA tudo o que escrevia, disse que o Êxodo se deu pelo Mar Vermelho.
O escritor de Hebreus, que conhecia a fundo o Antigo Testamento, disse a mesma coisa (Atos 7:36 e Hebreus 11:29). Em grego, nenhum deles escreveu “mar dos juncos”.
Para defini-lo, usaram uma palavra que não deixa margem para nenhuma dúvida, pois só pode ser traduzida por “Mar Vermelho”.

Assim como, no Novo Testamento, ATUALIZARAM o nome antigo daquele mar, teriam atualizado, também, o nome do “monte do verdadeiro Deus”.
Nos escritos hebraicos, chamaram-no de Horebe.
Nos escritos gregos, chamaram-no de Sinai.
Mas a sua LOCALIZAÇÃO sempre teria sido na Arábia, pois no mesmo capítulo sete de Atos, onde Lucas escreveu “Mar Vermelho”, escreveu também “Sinai”.
Portanto, traduziu o nome tanto do mar como do monte.
É evidente que, embora os nomes fossem "traduzidos ou atualizados", o LOCAL continuaria o mesmo.
Nem o monte nem o mar poderiam sair de um lugar e ir para o outro.
Nessa parte, Lucas mostrava o discurso de Estevão, onde dizia que Moisés tinha fugido para Madiã e que, por lá, quando conduzia os seus rebanhos, lhe apareceu o anjo de Deus, no monte Sinai (Atos 7:29,30).

Ora, ele estava recapitulando o que havia ocorrido com Moisés. Aquela história os judeus já conheciam, pois havia se passado há muito tempo, conforme constava em Êxodo 3:1,2,12.
Lucas apenas TROCOU (ou atualizou) os nomes daqueles lugares.
Onde aparecia Midiã no Antigo Testamento, em hebraico, apareceu Madiã no Novo Testamento, em grego. Do mesmo modo, onde aparecia Horebe, apareceu Sinai.
Como já visto, em Gálatas 4:25, o apóstolo Paulo fala claramente que o “o monte Sinai fica na Arábia”. Portanto, já na época dos apóstolos, muitos nomes haviam sido atualizados.
A confusão da localização do monte teria sido feita bem depois.

De forma que esses detalhes, mostrados pela Bíblia, mesmo sem os achados de Ron Wyatt, parecem definir o local da travessia pelo mar.
Teriam atravessado pelo atual Golfo de Acaba e, depois de atravessá-lo, teriam acampado defronte, na Arábia (um pouco mais para o sul do local a que chegaram, se localiza o antigo Horebe, atual Monte Sinai).
Contudo, se os tais achados forem reais, quando juntados ao que a Bíblia fala, as dúvidas ficariam eliminadas de uma vez.

Monte Horebe, na Arábia

Assim, embora exista o monte que chamam de Jebel Musa (ou Monte de Moisés), na península do Sinai, no Egito, onde fica o mosteiro de Santa Catarina, parece ficar claro que a localização do “monte de Deus” é outra.



Mesmo porque, segundo alguns especialistas, o local atual desse mosteiro seria pequeno para abrigar TODOS aqueles israelitas.  Além disso, no seu entorno não se encontram todas as características que o acampamento dos judeus tinha. Talvez precisassem de um vale maior e de outros detalhes particulares, que lhes permitissem viver por ali, pelo período de dois anos.

Já o monte Horebe, da Arábia, fica numa região montanhosa conhecida como Wadi Hurab (ou Vale Horebe). Até hoje os árabes a chamam assim. Nesse local existem alguns montes, conhecidos por Jebel El Lawz.
Entre esses, por lá existe um que os beduínos chamam, também, de Jebel Musa (ou, como dizem, "a Montanha de Moisés").
Tem um vale maior e, no geral, parece mostrar aqueles outros detalhes que integravam o acampamento.
Os que vivem por lá, atuais sauditas, sempre associaram e ainda associam essa região com Moisés.
Talvez não a associem em vão, considerando que alguns detalhes parecem se encaixar, mesmo, com aqueles acontecimentos vividos por ele.


Foto do acampamento judeu: A = Casa da guarda árabe; B = Altar do bezerro de ouro ; C = As doze colunas; D = Altar de pedras; E = Barreira de poços;


Desenho do acampamento judeu na Arábia

Em 1988, Bob Cornuke, outro pesquisador, também esteve por aquelas bandas. Ele descobriu a “landbridge” (ou “ponte de terra”) no estreito de Tiran, no Golfo de Acaba. Contudo, esse local logo foi descartado como o ponto de travessia, pois, segundo os especialistas, “teria sido muito raso”. Não teria conseguido, por isso, “afogar todos aqueles egípcios que haviam perseguido os judeus”. 
Mas ele descobriu, também, um OÁSIS, que poderia ser o de Elim, aquele que “tinha 12 fontes e 70 palmeiras”, como diz Êxodo 15:27 e uma “fonte de águas amargas”, como a citada em Êxodo 15:23. Relatou, ainda, que arqueólogos sauditas lhe disseram que haviam descoberto “escritos sobre a passagem de Moisés por lá. Disseram ter descoberto, também, a SEPULTURA da esposa (Zípora) e do sogro dele (Jetro)”.
Mas essa informação não foi confirmada.

Independente dessa informação não confirmada, outros detalhes parecem se encaixar.
Não é à toa que já falaram a respeito: “... de todos os achados, três são incontestáveis: as colunas do Egito e da Arábia (uma defronte de outra), as rodas dos carros egípcios no fundo do mar e o alto do monte Horebe queimado”. Na realidade, são incontestáveis mesmo.

Gostemos ou não dos métodos dele, SE as colunas do Egito e da Arábia foram encontradas, as inscrições delas, em hebraico antigo, se encaixam perfeitamente.
Tanto quando se referem ao local (Golfo de Acaba, no Mar Vermelho e na antiga região de Edom e de Midiã) ou quando se referem aos fatos que aconteceram por lá (construções ou colunas de Salomão, Moisés, Faraó, Egito, morte, JHVH).

Parte do que foi achado no fundo daquela faixa de mar, defronte da praia de Nuweiba, principalmente as RODAS, costelas, etc., parecem se encaixar, também, com os restos dos egípcios afogados.
E se o alto do Monte Horebe (ou Sinai) estiver, realmente, com suas rochas QUEIMADAS externamente, as evidências se encaixariam novamente.

Nesse caso, diferentemente do que se pensava, os judeus NÃO teriam fugido pelo atual Golfo de Suez.
Teriam atravessado o Mar Vermelho, sem dúvidas, mas o teriam feito pela praia de Nuweiba, no Egito e esse lugar fica no atual Golfo de Acaba.
Depois de atravessá-lo, fizeram uma “comemoração” e deixaram uma marca no local. Mais tarde, Salomão teria feito duas COLUNAS. Uma defronte de outra.
Uma no lugar de onde saíram e outra aonde chegaram.
A partir do ponto de chegada, foram mais para o sul, na região de Midiã, onde ficaram acampados, receberam os Dez Mandamentos e viveram por dois anos, no vale do antigo Horebe, atual Monte Sinai, na Arábia.

No deserto. Maná e codornizes

Mas, tendo fugido por um ou por outro local, a nação inteira de Israel saiu naquela época. Fazendo-se a PROGRESSÃO das cerca de “setenta pessoas”, que entraram no Egito com Jacó, durante os 215 anos que lá ficaram, até 1513 AEC, quando saíram, verifica-se que o grande número dos que fugiram era perfeitamente possível.

Além disso, muitos daqueles não eram israelitas.  Os críticos parecem não entender a diferença que a Bíblia faz, entre "aqueles que saíram e os naturais da terra". Aproveitam para dizer que "... se a Bíblia fala em outros naturais, era porque, no local para onde fugiram, já existia outra gente (ou outros judeus) morando e os que saíram do Egito moraram juntos com eles." Com essa afirmação, querem dizer que a povoação de Canaã ou "a tomada da terra" foi feita em levas (ou aos poucos). Assim, teriam saído em grupos menores do Egito e NÃO de uma vez só, como a Bíblia fala. Mais uma vez, apenas não querem dar crédito ao que as Escrituras dizem.

Mesmo porque, depois que saíram, passaram 40 (quarenta) anos no deserto. Portanto, os que tivessem nascido nesse período, em relação aos outros que tinham fugido do Egito, israelita ou não, seriam naturais daquela nova terra ou “naturais” do DESERTO. De qualquer forma, mesmo que não fosse exatamente assim, esse detalhe pode parecer problema para os críticos de hoje, porém, para as pessoas daquela época, não o era. Quem ouvisse falar ou lesse a respeito desse assunto saberia exatamente o que o escritor quis transmitir. (WK fls. 156)

Quando no deserto, alimentaram-se do “MANÁ”. 
Nesse caso, também procuram diminuir o feito, mostrando que ainda hoje ocorre algo parecido por lá, de modo natural, “sem milagre algum”. 
Realmente, “graças à picada de um inseto chamado cochonilha, a planta tamargueira secreta (ou deixa escorrer) uma espécie de ‘resina branca’, com sabor de mel.” 
Só que isso não ocorre o ano todo, pois essa ocorrência depende do clima para se realizar. E quando amanhece, se ficar exposta, essa resina “é atacada por formigas, que a comem.” Ademais, pode-se guardá-la, que ela se conserva. (WK fls. 120-122)

Já o MANÁ bíblico é bem diferente.

Ele não dependia do clima, pois aparecia o ano todo. 
Embora fosse “branco, com sabor de mel”, não se podia guardá-lo. 
Se o guardasse, exceto no sábado, era atacado por VERMES, não por formigas. (Êxodo 16:15-31).
Também no deserto, por reclamarem carne, Deus mandou-lhes “um bando de codornizes”. Dizem novamente que não houve milagre nisso, pois as codornizes são aves migratórias que, na sua época, sempre passam por lá, até os dias de hoje. (WK fls. 120)

Isso também acontece, realmente. Todavia, o relato do que ocorreu naquela ocasião diz claramente que aquele não tinha sido um bando normal, tendo em vista que, depois de abatidas, as aves formaram “montes de cerca de um metro de altura, numa área enorme”, o que não se dá nos dias de hoje. Assim, não foi uma migração normal, mas algo totalmente DIFERENTE (Números 11:18-21,31). Contudo, os críticos que não querem aceitar a intervenção de Deus, nesse e em outros acontecimentos, procuram mostrá-los sob o ponto de vista humano, apenas.

Por exemplo, encaram de modo normal o caso do “arbusto ardente” e da “água saída das rochas”, etc., pois dizem, como já visto, que “ainda hoje tais coisas ocorrem por lá”. Entretanto, se aquelas ocorrências foram consideradas anormais ou milagrosas, são bem DIFERENTES das que existem atualmente, conforme visto no caso do “maná”.

A divisão das águas também foi repetida em laboratório, por cientistas japoneses, em 1994 da Era Comum. Descobriram que “aplicando um forte campo magnético nas águas marinhas, elas se dividem e formam um corredor seco no meio”. Todavia, não adianta se saber disso, quando não se têm os meios de fazê-lo, em escala anormal, como foi feito daquela vez.

Sabe-se que o planeta tem um forte campo magnético, mas quem poderia usá-lo, como foi usado naquela ocasião? HOMEM nenhum poderia fazê-lo, pelo menos até agora. 
Na realidade, a Bíblia mostra que, naquela fuga, "... o mar retrocedeu por um forte VENTO oriental, durante toda a noite" (Êxodo 14:21).

Entretanto, apesar de ter sido um acontecimento grandioso, fora da Bíblia NÃO se fala nele, nem mesmo no Egito. Isso não deveria causar estranheza, porém, considerando que os egípcios, como as demais nações, costumavam relatar, apenas, as vitórias.
E o Êxodo foi uma enorme derrota, tanto para a nação como para os seus deuses.
Nessa condição, nunca seria relatado.

Críticos não aceitam

Porém, ainda que achassem REGISTROS que ninguém pudesse duvidar, os críticos procurariam deturpá-los. Dificilmente os aceitariam como legítimos, pois consideram tal fuga como "apenas uma lenda" e a maioria deles NÃO querem aceitar a Bíblia como uma fonte histórica segura.
Para se ter uma idéia de como tais críticos agem em relação às Escrituras, basta se ver este exemplo:
Em 1820, foi achado um documento, conhecido como "papiro de Ipuwer".
Bastante tempo depois, foi decifrado por A. H. Gardiner, em 1909.
É guardado no Museu Leiden, da Holanda.
O conteúdo desse documento parece COINCIDIR com o que as Escrituras falam, a respeito das “pragas do Egito”, ocorridas no tempo do Êxodo.


Papiro Ipuwer original

A tradução de Ipuwer, COMPARANDO-O com o livro do Êxodo, pode ser vista no "site" abaixo:


Porém, os críticos o usam de uma maneira ambígua e conveniente para eles.
Se o consideram como história real, datam-no dos anos 1900 AEC. Dizem que se trata de um relato feito por Ipuwer a um Faraó idoso. Por ser idoso, dizem, só poderia ser Pepi II, que viveu naquela época.

Contudo, parecem existir evidências de que o relato seria da época do Êxodo.
Nesse caso, admitindo-se que a ocorrência se deu nos anos 1500 AEC, dizem que é apenas um “conto literário ou uma oração a algum deus”.
Portanto, não seria uma história real.

Assim, SE foi um personagem histórico e relatou fatos acontecidos, dizem que viveu nos anos 1900 AEC.
Mas SE ficar comprovado que o escrito data dos anos 1500 AEC, a mesma época das pragas bíblicas, dizem que “é apenas um conto” e que, por isso, não teria nada a ver com o castigo sofrido pelos egípcios.

Na realidade, o relato de Ipuwer poderia apoiar ou não o que a Bíblia diz.
Contudo, numa análise honesta, se fosse real e concordasse com as “pragas do Egito”, teria de ser admitido. Se NÃO fosse verídico ou se não concordasse, teriam de admitir também.
O que não pode existir é essa manipulação que os críticos fazem.

Como já visto, se dizem que é real, alteram a data (para não coincidir com as pragas). Se comprovam a data, idêntica à das pragas, dizem que “o relato é ficção ou oração ou apenas um conto literário”.
De qualquer forma, embora exista tal documento, "Ipuwer" NÃO serve para comprovar as “pragas bíblicas”.

Além desse, existem alguns outros, como as FOTOS que Charles Forster fez, em 1862, na península do Sinai, anexa ao Egito. Na parte que os árabes chamam de “Wadi Mukattab” (ou Vale das Inscrições), encontrou “inscrições feitas em hebraico antigo, dando detalhes da fuga do Egito”.
Porém, pouca gente conhece tais provas. Evitam divulgá-las, pois NÃO querem que sirvam para apoiar a historicidade da Bíblia.

José no Egito. Faiyum.

A Bíblia diz que, quando os judeus saíssem do Egito, "deveriam levar os ossos de José" (Gênesis 50:25,26), que havia sido governante por lá.
Mas, para variar, os críticos dizem que ele nem existiu! Contudo, mesmo que achassem registros de sua existência, os críticos sempre dariam um jeito de “ajustar” ou de deturpar as provas existentes. Tal ajuste nem seria novidade, pois já o haviam feito com “Abrão, Ipuwer, Davi, Isaías, Daniel, Chrestus, alfabeto, etc.”.

Inclusive neste caso de José, parece que tentaram, mesmo, “ajustar as coisas”.

Faiyum, por exemplo, é um oásis no Egito.
Lá existe um curso artificial de água chamado “Bahr Yusuf” (ou Canal de José). Tem mais de 300 quilômetros, partindo de um desvio no Rio Nilo. Desde os tempos antigos até hoje, o povo de lá diz que foi mandado construir pelo José bíblico.


Retângulo mostra a localização de Fayum, onde termina o Canal.

Mas, como os árabes também têm uma tradição sobre um “José, que foi Grão-vizir do Faraó” (WK fls. 93), os críticos dizem que esses dois são pessoas diferentes. No entanto, essa afirmação de que “são pessoas diferentes”, se encaixa perfeitamente na teoria da “não existência” dele.

Ora, se existiram dois forasteiros governantes do Egito, com o nome de José, aquele Canal construído continua NÃO provando nada, pois poderia “ter sido construído pelo José da tradição árabe" (e não por aquele José que foi vendido, filho de Jacó).
Fácil, não?
Pelos dois nomes parecidos, dão um jeitinho rapidinho numa evidência concreta.
É o mesmo raciocínio que os críticos usam para o caso “Chrestus”, no qual procuram NEGAR a existência histórica de Cristo e dos primitivos cristãos (Veja o "post" Chrestus).

Procuram dizer, também, que Moisés NÃO escreveu a "Torah" (ou A Lei), como são conhecidos os cinco primeiros livros da Bíblia, que são Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
No entanto, nesses primeiros livros existem algumas palavras egípcias como "selo" (hotam) e "linho fino" (sash), conforme Gênesis 41:42. Além dessas, existem outras.
Os nomes Merari, Hofni e Finéias também são egípcios.
Quanto aos nomes, isso reforça mais o fato deles terem morado por lá, pois se chamavam os seus familiares assim, seria porque teriam conhecido outras pessoas com esses nomes ou porque conheceriam o significado deles. O mais interessante é que esses termos egípcios só aparecem, originalmente, nesses primeiros livros. Reforça o fato de que eles foram escritos, mesmo, por alguém que conhecia a fundo essa linguagem, o que se encaixaria em Moisés, pois "ele foi iniciado em toda a sabedoria dos egípcios" (Atos 7:22).
Mas os críticos, nas suas "investigações sérias", não consideram tais detalhes. Preferem continuar deturpando os dados históricos.

Embora Werner Keller diga, na pág. 90 do seu livro, que “Nenhuma nação do antigo Oriente nos transmitiu a própria história com tanta FIDELIDADE como o Egito”, pode-se verificar, pela História, que a honestidade não era o forte das suas inscrições e/ou de seus registros. (Veja o "post" Registros egípcios...)



Crédito das FOTOS - Êxodo segundo Ron E. Wyatt, conforme postadas pela INTERNET. Crédito dos desenhos: Internet.



9 comentários:

  1. EXCELENTE MATÉRIA, BEM AVENTURADO(A) AQUELE QUE NÃO VIU E CREU, CRER(FÉ) É UM DOM DE DEUS. BEM AVENTURADO AQUELE QUE O TEM, É O MELHOR PRESENTE DESTE MUNDO, POIS É DADO POR DEUS. QUEM QUISER TÊ-LO É SÓ PEDIR. DEUS CONCEDERÁ.

    ResponderExcluir
  2. Maravilhoso os detalhes deste artigo, com certeza vou usar muito das info quando fizer uma palestra na igreja sobre o Exodos 😊 obrigada pelas infos!!

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  4. O "cume queimado" mais parece uma sombra de nuvem.

    ResponderExcluir
  5. Oi, "Anônimo":
    O "cume queimado" NÃO poderia ter sido (nem é) uma "sombra", pois aquelas rochas estão QUEIMADAS, "de fora para dentro". As rochas são "claras", mas foram "enegrecidas" por fogo. SE fosse uma "sombra", as rochas NÃO estariam queimadas. Sombra não queima nada.

    ResponderExcluir
  6. Vejam em vídeo https://youtu.be/eI34BVEXhJc

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É possível visitar o cume? Chegar próximo ao Sinai da Arábia?

      Excluir
    2. Oi, Thallis! Pesquisei um pouco, mas não achei nada sobre o TURISMO ao Monte Sinai, na Arábia.
      Muitos quando dizem que "visitaram o Monte sinai", referem-se àquele outro monte, perto do Mosteiro Santa Catarina, no Egito.
      A Arábia Saudita está se "abrindo" para o Turismo geral, mas são muito conservadores. Seu Turismo religioso fica restrito aos pontos ou locais considerados importantes por sua religião (o Islamismo).
      Talvez em breve permitam o livre acesso para aquela região Midiâ).
      Mas o Google Earth MOSTRA o Monte Sinai na Arábia e seus arredores. Abs

      Excluir