Alta Crítica e o Alfabeto judeu
De uns duzentos anos para cá, surgiu um modo novo de análise da Bíblia.
Com base no estilo do escritor, nas palavras ou grupos de palavras
usadas, bem como na idade do livro, procuram "descobrir a sua verdadeira
autoria".
É a teoria documentária ou alta crítica.
Críticos das Escrituras sempre existiram.
Gente como Marcião e Celso, por exemplo, que logo no segundo século
cristão já não concordavam com a Bíblia. O primeiro não acreditava no Antigo
Testamento. O segundo era contra os cristãos.
Algumas décadas depois, surgiu Porfírio, dizendo que o livro de Daniel
NÃO havia sido escrito na época do exílio babilônico e sim depois, na época
Grega.
E assim por diante.
Mas, de meados dos "anos 1800" em diante, com o surgimento do alemão Julius Wellhausen, as coisas mudaram, na forma e no volume. As críticas aumentaram e NÃO pararam mais, até os dias atuais.
Por exemplo, se os escritos têm dois estilos diferentes, começaram a
dizer que foram feitos por DUAS pessoas. Se num certo trecho é empregado com frequência
algumas palavras ou grupo delas que não são empregadas em outros trechos,
diziam e ainda dizem que essas duas partes foram escritas por dois autores.
Essa análise, porém, é confusa, pois o fato de se escrever
com dois estilos não quer dizer que a obra foi feita por dois escritores.
“O poeta inglês MILTON escreveu o seu poema mais famoso num estilo, a
sua segunda obra com outro estilo e a terceira com um outro, ainda.”
Um só autor usou de 3 (três) estilos diferentes.
E esse não é o único caso.
O fato de se usar algumas palavras ou grupos delas num certo trecho e
não usá-las em outros, parecidos, também não quer dizer que esses trechos foram
escritos por duas pessoas, até pelo contrário, mostra que o escritor procura
não ser repetitivo.
Mesmo quando os escritores repetem algumas palavras, muitas vezes tal
REPETIÇÃO é usada para acentuar ou “dar ênfase” a algum ponto, no qual eles
julguem que, com as palavras repetidas, ficaria mais bem esclarecido.
Mas isso não quer dizer que ele sempre usará desse recurso.
Poderá usá-lo em uma parte e não usá-lo em outra. Portanto, usar ou
não certos moldes ou estilos e repetir ou não certas palavras, NÃO revela,
obrigatoriamente, a autoria de quem escreveu.
No entanto, a intenção principal dessa teoria é contradizer a integridade
da Bíblia. Com ela, os críticos querem mostrar que os escritos NÃO foram
produzidos pelos autores considerados originais nem foram feitos no tempo em
que as Escrituras mostram.
Com esse tipo de análise, bem duvidosa, querem fazer crer que GÊNESIS, o
primeiro livro da Bíblia, na forma que o conhecemos hoje, não foi escrito
apenas por Moisés, mas sim por treis escritores ou por treis fontes diferentes,
pelo menos.
Esse livro conta, de um modo simples, a criação da Terra e de tudo o que
existe sobre ela. Conta sobre o Dilúvio, sobre a divisão dos povos, sobre
Abraão (ou Abrão) e termina com a entrada de Jacó (ou Israel) no Egito.
Dizem que quando se emprega o nome de Deus, JHVH (ou YHWH), o escritor
ou a fonte é “Javista ou J”.
Se em vez de se usar o nome, usa-se o título Elohim, dizem que a fonte é
“Eloísta ou E” (Elohim é o plural da palavra "Deus" em
hebraico. Em alguns casos é plural normal, de número. Em outros, quando
se refere ao Criador, dizem que "Elohim" é plural majestático, ou
seja, um plural que não indica quantidade, mas sim uma qualidade excelente, ou
a majestade, de Deus).
Aspectos ligados à Criação são atribuídos ao escritor ou fonte
“Sacerdotal ou P (de Priest Codex)”. Dizem que foram escritos pelos sacerdotes,
durante e após o exílio na Babilônia, por volta dos anos 580 até 450 AEC, mais
ou menos (Veja o
"post" do Tempo da ESCRITA).
Portanto, eles identificam "três fontes", no mínimo,
como sendo os verdadeiros autores de Gênesis. Mas apenas "dizem"
isso. Provas, mesmo, NÃO existem nenhuma. Não é à toa que, até hoje, essa
hipótese absurda continua sendo "uma teoria".
Na realidade, tais divisões mais parecem "uma brincadeira"!
Qualquer pessoa, numa análise séria, veria que um só escritor poderia
usar as duas formas de tratamento, ou seja, poderia usar tanto o nome (JHVH)
como os títulos (Deus, Senhor, Criador, etc.), quando se referisse a Deus.
Nunca houve uma regra determinando que, em certa obra ou em trechos
dela, deveria ser usado apenas um tipo de tratamento, de estilo ou de palavras.
Cada escritor comporia o seu texto de acordo com o que quisesse
transmitir, seguindo uma lógica determinada apenas por ele. Poderia reunir um
ou mais estilos, repetir ou não certas palavras e fazer uma parte da obra
diferente da outra.
Sua única preocupação seria encaixar bem os pontos que quisesse
transmitir.
Tanto é assim que, neste trabalhinho, por exemplo, há páginas com
"caracteres, parágrafos e formas de 'grifos' diferentes". Há alguns
parágrafos com palavras repetidas e outros não e todas essas variações foram
definidas por um único autor.
E, quando se refere a Deus, este mesmo autor usa as duas formas de
tratamento (tanto o nome como os títulos).
Ademais, se fossem aplicadas em outros livros históricos essa análise e
divisão que fazem, "se veria" que os autores ORIGINAIS do passado,
fora da Bíblia, também “não teriam escrito os seus livros”.
E o gozado é que chegaram a aplicar, mesmo, essa teoria documentária nos
escritores clássicos, como Homero, Virgílio, etc.
Contudo, depois de a aplicarem, eles próprios viram que as
"divisões" ficavam sem sentido. Viram que, dividindo o conteúdo dos
livros, eles perdiam muito das características que o autor criava. Um Homero
não parecia, mais, um Homero. Um Virgílio não parecia, mais, um Virgílio e
assim por diante.
Portanto, NÃO a aplicaram mais nos escritores famosos.
Não a aplicaram nos escritores clássicos, mas continuaram aplicando-a na Bíblia. Aliás, somente na Bíblia.
Hoje em dia, praticamente, só aplicam tal teoria nas Escrituras.
Inclusive, ela é ensinada nas Faculdades Teológicas.
Não é à toa que muitos religiosos, que são formados por essas escolas,
não tenham mais fé nos ensinamentos bíblicos.
Apesar de ser amplamente divulgada e muito conveniente para os críticos,
a própria divisão é confusa e parece
não resistir a uma análise séria.
Por exemplo, em “Gênesis 1:1, por se ter usado o verbo “criar”,
dizem que foi escrito por fonte “P” (sacerdotal). Entretanto, em Gênesis 6:7 é
usado o mesmo verbo, mas, aí, dizem que o trecho foi escrito por fonte “J”
(javista).”
“Em Gênesis 12:5 – 13:12 – 16:13 e 17:8, usam a expressão “terra de
Canaã” e, por isso, dizem que foi escrita por fonte “P” (sacerdotal). No
entanto, nos capítulos 42 – 44 – 47 e 50, também usam a mesma expressão, porém
dizem que esses capítulos foram escritos por fontes 'J e E'.”
Tudo fica contraditório.
Será que, com essa divisão que fazem, não estão apenas procurando
ajustar a História, de acordo com o que querem crer? Mais adiante, veremos que
isso realmente acontece, no caso do livro de Isaías (Veja o "post" ISAÍAS - Um ou três?).
Antes dessa teoria, pelo menos a maioria considerava que os cinco
primeiros livros da Bíblia haviam sido escritos por Moisés e que ele os
escrevera por volta de 1470 AEC, cerca de 40 (quarenta) anos após a fuga do
Egito (que ficou conhecida como Êxodo).
Contudo, tais críticos diziam que isso não poderia ter acontecido,
considerando que, naquele tempo, “os israelitas NÃO sabiam escrever nem tinham um alfabeto”.
Porém, em 1904, na península do Sinai, acharam inscrições semitas antigas, datadas dos anos 1500 AEC ou anteriores.
Sir Alan H. Gardiner decifrou-as em parte, em 1916.
Em 1948, outra equipe de arqueólogos completou o trabalho.
Isso mostrou que os críticos estavam redondamente enganados,
pois aquelas "... famosas inscrições do Sinai constituem os primeiros
passos do alfabeto semítico setentrional, que é o antepassado direto do nosso
alfabeto atual. Esse alfabeto era usado na Palestina, em Canaã e nas repúblicas
marítimas fenícias. Pelo fim do nono século a.C. foi adotado pelos
gregos. Deles passou para Roma e daí espalhou-se pelo mundo." (WK –
fls. 125)
Como o alfabeto se
desenvolveu: 1) Semítico ou Fenício (acima); 2) Grego (meio); 3) Latino
Julius Wellhausen formou a sua crítica, partindo da SUPOSIÇÃO que
"os judeus não sabiam escrever".
Ele próprio teria dito que "se Moisés soubesse escrever, minha crítica não
teria razão de existir".
Por aí, se deduz que a "decifração" do alfabeto semita acima
citado foi "postergada" (ou não foi terminada em prazo rápido) por
pura CONVENIÊNCIA dos críticos.
Acharam
o alfabeto em 1904.
SE o tivessem decifrado rapidamente, antes da morte Wellhausen, em 1918, ele teria desmentido ou corrigido a sua teoria da alta crítica, pois saberia que Moisés dominava a escrita.
SE o tivessem decifrado rapidamente, antes da morte Wellhausen, em 1918, ele teria desmentido ou corrigido a sua teoria da alta crítica, pois saberia que Moisés dominava a escrita.
Então, parece que RETARDARAM a decifração de propósito.
Somente concluíram os trabalhos em 1948, quando Wellhausen já tinha
morrido.
Nesse meio tempo, continuaram divulgando a MENTIRA de que "os judeus
do tempo de Moisés e/ou do Êxodo não sabiam escrever".
Ainda hoje, muitos acreditam
nessa mentira.
O que a Bíblia diz é sempre digno de confiança. Em todos os assuntos,
ela procura mostrar o que realmente ocorreu e não o que seria conveniente
relatar. Se havia dito que os israelitas
escreveram os livros iniciais, não havia por que duvidar. Como ficou provado,
eles os escreveram mesmo.
Moisés escritor - Evidências internas
No entanto, não há um único texto, na Bíblia, dizendo diretamente que
Moisés escreveu o livro de GÊNESIS, mas as referências internas apontam para
que isso tenha acontecido, além do fato de que os israelitas (ou judeus) nunca
duvidaram da autoria dele.
Desenho de Moisés
escrevendo
Desenho de Moisés e uma
Tábua da Lei (escrita no alfabeto hebraico antigo)
As
duas “Tábuas da Lei” foram as "únicas partes escritas DIRETAMENTE por Deus”.
Ele escreveu
as duas primeiras e Moisés quebrou-as, pela desobediência do povo.
Depois,
Moisés “alisou mais duas pedras” e Deus tornou a escrevê-las, com as MESMAS
palavras (Êxodo 34,1,28 – Deuteronômio 10:1-4).
Algumas
versões traduziram Êxodo 34:28 de um modo que pode gerar dúvida, sobre se foi
Deus ou Moisés quem ESCREVEU nas Tábuas. Mas Deuteronômio 10:1-4 NÃO deixa
dúvida de que foi Deus quem as escreveu.
Desenho do “dedo de Deus”
escrevendo nas Tábuas
No tempo em que toda a Bíblia foi escrita, os cinco livros iniciais dela, ou seja, os livros de Gênesis, do Êxodo, de Levítico, dos Números e o Deuteronômio, formavam um conjunto só.
Todos eles juntos eram conhecidos por “TORAH”, que em hebraico quer
dizer “A Lei”.
Depois, ao serem traduzidos para a língua grega, todos eles juntos ficaram
conhecidos por “PENTATEUCO”, que quer dizer “cinco rolos (ou volume quíntuplo)”.
A dificuldade maior que encontram, hoje, para definir a autoria de Gênesis, é que, antigamente, quando citavam MOISÉS, não era determinado de qual livro falavam, pois consideravam todos aqueles cinco livros iniciais como sendo escritos por ele.
Se fossem citar Adão e Eva, por exemplo, não falariam o nome do primeiro
livro, onde se encontra a história. Falariam que "Moisés escreveu" ou conforme "estava escrito" ou
como "as Escrituras dizem", etc.
Nunca citariam tal livro pelo nome (grego) de Gênesis, como ele é
conhecido nos dias atuais, nem pelo seu nome original (hebraico), como era
conhecido na ocasião de sua escrita.
Depois de Moisés, quando escreveram outros livros na Bíblia, quase
todos o citaram, tanto nas Escrituras Hebraicas (ou Velho Testamento)
como nas Escrituras Gregas (ou Novo Testamento).
Porém, quando tais escritores faziam citações dos cinco livros iniciais
continuaram não falando o nome do livro, diferentemente do que se faz hoje.
Dessa forma, como já visto, quando se falava que “Moisés escreveu” ou que “se
lia Moisés”, nas sinagogas ou nas assembleias, sabia-se que a referência feita
abrangia todos os cinco livros iniciais, incluindo-se o primeiro deles (o de
GÊNESIS), pois todos eram considerados como tendo sido escritos por Moisés.
Naquelas reuniões, não se falava apenas na “Lei de Moisés”, que era a soma dos dez mandamentos com todos os outros mandamentos e regulamentos que foram transmitidos por ele, após a fuga do Egito.
É evidente que se falava, também, dos assuntos ocorridos antes dessa
fuga se realizar, tais como as coisas sobre Adão e Eva, Noé, Abraão, Jacó, etc.
E para falarem disso teriam de recorrer ao primeiro livro, pois tais detalhes
se encontram em Gênesis.
Em
João 5:46,47, Cristo diz, para os seus opositores, que “Moisés escrevera a seu
respeito e que se acreditassem em Moisés acreditariam nele”.
E em Lucas 24:27 mostra que Cristo “explicou as Escrituras, nas coisas que diziam respeito a ele, começando por Moisés e, depois, por todos os profetas”.
E em Lucas 24:27 mostra que Cristo “explicou as Escrituras, nas coisas que diziam respeito a ele, começando por Moisés e, depois, por todos os profetas”.
Ora,
se Cristo explicou as Escrituras, desde o início, nas coisas que
diziam respeito a ele, foi obrigado a mencionar o livro de Gênesis, porque é
nele que está contada a “história de Abraão”, acontecida muito antes da fuga do
Egito.
E é nessa história que Deus faz a promessa de que “todas as nações seriam abençoadas por meio do descendente” de Abraão (Gênesis 22:15-18). Essa foi a primeira declaração a respeito de um semita, que salvaria toda a humanidade e que, mais tarde, se revelaria no próprio Cristo. Antes disso, no mesmo livro e na mesma história, é relatado o encontro de Abrão com o sacerdote Melquizedeque (ou Malki-Sédeq), conforme Gênesis 14:18-20.
E é nessa história que Deus faz a promessa de que “todas as nações seriam abençoadas por meio do descendente” de Abraão (Gênesis 22:15-18). Essa foi a primeira declaração a respeito de um semita, que salvaria toda a humanidade e que, mais tarde, se revelaria no próprio Cristo. Antes disso, no mesmo livro e na mesma história, é relatado o encontro de Abrão com o sacerdote Melquizedeque (ou Malki-Sédeq), conforme Gênesis 14:18-20.
Bem
mais tarde, o livro de Hebreus, capítulo 7, explicaria que Melquizedeque tinha
sido semelhança ou tipo do SACERDÓCIO que Cristo exerceria no futuro, não só a
favor dos judeus, mas a favor de toda a humanidade.
Parece ficar claro então que, na sua explicação, Cristo NÃO poderia
deixar de citar esses detalhes, que seriam o seu ponto de partida. Portanto,
deveria ter começado daí, ou seja, deveria ter começado pelo livro de Gênesis.
Mas Lucas 24:27 diz que, na explicação, ele “começou por Moisés”.
Portanto, parece evidente que este é um dos casos em que, ao se fazer a citação de Moisés, estão sendo citados TODOS os cinco livros que ele escreveu, inclusive o Gênesis.
Na certa, Jesus teria começado por Gênesis, onde se encontram as
informações iniciais a respeito do futuro Cristo. Na sua explicação,
talvez tenha citado outros livros escritos por Moisés também, como Deuteronômio
18:18,19, etc.
Tenha ou não citado outras partes, porém, com certeza NÃO poderia ter
deixado de citar o primeiro livro da Bíblia atual.
Portanto, Jesus usou as informações que Moisés havia escrito a seu
respeito E se tais informações se encontram em Gênesis, parece evidente que
esse livro INICIAL foi escrito por ele.
Registros escritos e orais - Pai para filho
Moisés poderia ter escrito ou compilado aquelas
histórias antigas, desde Adão até os dias dele, não deveria causar esta
descrença atual, pois fica claro que, para relatá-las, ele teria se baseado em
registros mais antigos, que tanto poderiam ser registros escritos como
poderiam ser registros orais, contados pelos mais velhos.
Que já existiam registros escritos, naquela época, fica claro em Números
21:14, quando Moisés cita o “livro das guerras de JHVH”.
Em Gênesis 14, há o relato de uma guerra na região de Sodoma e Gomorra,
na qual Abraão libertara o seu sobrinho Lot. Essa guerra ocorrera cerca
de 460 anos antes de Moisés escrever o livro de Números. Talvez o registro
desse fato se encontrasse naquele “livro das Guerras” citado (Veja o "post": ABRAÃO e seus camelos).
Embora tivesse se passado muito tempo entre Abraão e Moisés, os
registros eram mantidos, como se pode ver mais tarde no tempo do Rei Davi.
Nesse tempo, logo após a morte de Saul (1077 AEC), ele cita o “livro de Jasar”
(na TNM) ou “livro do Justo” (na TEB) ou “livro do Reto” (na Almeida), que,
além de conter poemas, contava coisas acontecidas nos dias de Josué, que
vivera em 1467 AEC, ou em cerca de 390 anos antes da morte de Saul (II
Samuel 1:17,18 e Josué 10:13).
Apesar desses registros escritos não existirem mais, fica claro que no
tempo da escrita da Bíblia tanto eles como outros, mais tarde, forneceram DADOS
para que se formassem os livros bíblicos definitivos, tais quais os conhecemos
hoje e que já existem com esse conteúdo desde o ano 100 EC.
Quanto aos registros orais, contados pelos mais velhos, seriam muito
mais fiéis do que os de hoje, pois as pessoas viviam muito mais anos do que
agora e, por terem uma saúde mais perfeita, poderiam lembrar-se dos detalhes
dos seus passados com maior lucidez do que os de hoje podem. Por isso, os seus
relatos “de pai para filho” não teriam sido muito alterados.
Por exemplo, para saber das coisas de ADÃO até os seus dias, Moisés
contaria com essas ligações:
Adão conviveu 243 anos com Metusalém. Metusalém conviveu 98 anos
com Sem, que era seu bisneto, antes do Dilúvio. Depois disso, Sem conviveu mais
350 anos com Noé, além de conviver com Abraão por 150 anos e com Isaque por 50
anos. Isaque conviveu com o seu neto Levi por 33 anos. Levi conviveu com o seu
neto Anrão por 69 anos. Anrão foi o pai de Moisés. Anrão viveu por 20 anos no
tempo de Moisés.
Portanto, para Moisés se ligar a Adão, bastaria consultar os seus pais,
que conviveram com Levi, que convivera com Isaque, que convivera com Sem, que
convivera com Metusalém, que convivera com Adão.
DEUTERONÔMIO foi o último livro que Moisés escreveu a respeito das
coisas que ocorreram depois da fuga do Egito. Na parte final dele, são
mostrados os seus últimos atos, inclusive a sua morte.
Antes disso, em Deuteronômio 31:24-30, ele deixa bem claro que além de
ter falado tudo o que Deus queria que o povo fizesse deixaria, também, tudo por
escrito, pois sabia que após a sua morte o povo logo se esqueceria de suas
palavras. Assim, quando o lessem, as pessoas se lembrariam do que lhes havia
falado e teriam maior respeito com Deus.
Fica claro, porém, que a última parte ou o “fechamento” de Deuteronômio, que fala sobre a sua morte, foi escrita por outra pessoa. Mais tarde, no caso de Josué, ocorreu a mesma coisa. Após a morte dele, outra pessoa fez o “fechamento” do seu livro.
Mas isso não quer dizer que Moisés NÃO escreveu as partes ou os livros
anteriores. Poderiam ter feito o “fechamento” do seu último livro ou, até, de
seus outros livros, porém quem os escrevera em primeiro lugar, até fazerem esse
fechamento, fora Moisés. No caso de Josué, aplica-se o mesmo.
Neste “trabalhinho”, faço citações do livro de Werner Keller (ou WK),
que apesar de ter sido escrito originalmente em 1955 teve o seu “posfácio” e
alguns “fechamentos” editados anos depois, por outra pessoa, como vemos nessa
edição citada, de 1981.
No entanto, não há como negar a sua autoria original.
Não é por que outra pessoa “atualizou” alguns dados, que se pode dizer
que Werner Keller NÃO escreveu o livro, desde o seu princípio.
É o mesmo caso de Moisés.
Outra pessoa pode ter feito o “fechamento” de seus livros, após a sua
morte, MAS quem escreveu os livros, ou o AUTOR desses livros, foi ele.
Mesmo que Moisés tivesse feito, quanto ao livro de Gênesis, apenas uma compilação
(ou organização dos dados existentes), cujo original já tivesse sido feito por
alguém, que vivera antes, não teria nada de errado, pois a Bíblia mostra
claramente que fez isso mais adiante com outros livros.
Escritos depois dos fatos
Alguns livros da Bíblia foram, mesmo, escritos depois dos fatos
acontecidos e outros foram tendo os seus registros assentados durante séculos,
para, só depois, ganharem o seu conteúdo definitivo, tal qual o conhecemos
hoje. São os casos de Salmos, Provérbios, Reis e Crônicas, pelo menos.
Os críticos se aproveitam desse fato para dizerem que TODOS os livros,
principalmente os que contêm previsões, foram feitos desse modo (Veja o "post" do Tempo da ESCRITA).
Como não aceitam profecias, querem acreditar que o que está relatado
como previsão, foi escrito depois da ocorrência do fato.
Por exemplo, é sabido que o Rei Davi viveu por volta do ano 1050 AEC e
que compôs e escreveu muitos SALMOS.
No entanto, o livro deles só foi completado quase seiscentos anos depois
de Davi, no período Medo-Persa, talvez por volta do ano 450 AEC.
Fica claro, assim, que antes desse livro ser completado já havia muitos
salmos registrados, inclusive alguns antes dos de Davi. Portanto, o conteúdo
atual do livro foi terminado por volta de 450 AEC, talvez, mas os seus
registros foram sendo feitos aos poucos, desde épocas anteriores.
Tem-se como certo que Jeremias escreveu os atuais livros dos Reis, num rolo só, por volta do tempo de Nabucodonosor II, entre os anos 590-580 AEC, e que o “copista” Esdras escreveu as suas Crônicas, num rolo só, ainda depois, por volta de 450 AEC.
Assim, é evidente que esses dois escritores relataram acontecimentos
PASSADOS, acontecidos há séculos, muitos dos quais não viram ocorrer.
Fica claro que se basearam em registros que já existiam, tanto que
alguns desses registros são mencionados por eles, como os “livros de Isaías,
dos Reis, do profeta Ido, etc., etc.” (II Crônicas 32:32 – 13:22).
Portanto, não existem motivos para se alterar a autoria de um livro nem
para se alterar a época da sua escrita. Quando eles foram, mesmo, escritos ou
completados depois da sua época a Bíblia não esconde, como nos casos das
Crônicas, que foram escritas depois dos acontecimentos, e dos Salmos e
Provérbios, que foram completados depois, muito depois do seu início.
Por aí, se vê que o fato do livro de Salmos ter sido completado muitos
anos depois do tempo de Davi não impede que ele tenha escrito muitos deles, na
sua época, e que foram, depois, distribuídos juntos com os outros no livro, tal
qual o conhecemos hoje. Da mesma forma que o fato de terem feito o “fechamento”
de Deuteronômio, depois da morte de Moisés, não impede que ele tenha escrito
esse livro e os anteriores, desde o início.
O texto original de um livro era copiado e recopiado durante séculos.
Apesar disso, porém, as cópias continuavam fiéis e quase NÃO
apresentavam erros ou grandes diferenças uma da outra, pois o zelo que os
copistas tinham era enorme, fazendo com que, entre outras coisas, eles
contassem todas as letras de uma sentença, marcando a inicial, a "do
meio" e a letra final dela.
Depois, repetiam essa contagem, aplicando-a nos parágrafos e no texto
inteiro.
Esse sistema, mais o respeito que tinham pelas Escrituras, faziam com
que as cópias saíssem totalmente confiáveis (Veja no "post" Isaías - Um ou três, no subtítulo "rolos do Mar Morto")
Tampouco existem motivos para se "separar ou para se unificar"
livros na Bíblia fora de suas posições originais, como os críticos querem
fazer, para que esses livros se ajustem às suas teorias, conforme veremos mais
adiante.
Embora os livros dos Reis, Crônicas, etc., tenham sido escritos num só
rolo, cada, e hoje sejam mostrados, em todas as Bíblias, como sendo pelo menos
dois livros cada um, a continuação deles fica bem clara. O último capítulo do
primeiro livro dos Reis é o início do segundo livro.
E o último capítulo do primeiro livro das Crônicas é o início do segundo
livro. É evidente que o segundo livro é seqüência do primeiro e que os dois
foram feitos ao mesmo tempo e pelo mesmo autor, cada livro na sua época,
conforme a tradição diz.
Já com o livro de ATOS a “unificação” é forçada, pois o seu início deixa
claro que é um “segundo relato”, feito depois daquele que fora o
“primeiro relato” (ou o Evangelho de Lucas). Se os dois tivessem sido
escritos ao mesmo tempo, não seriam “primeiro e segundo relatos”, mesmo que,
mais tarde, os colocassem em posições separadas um do outro.
Seria um ÚNICO relato, mostrando duas fases ou duas épocas dos atos de Cristo e dos seus apóstolos. (Veja o "post" de LUCAS escreveu)
Seria um ÚNICO relato, mostrando duas fases ou duas épocas dos atos de Cristo e dos seus apóstolos. (Veja o "post" de LUCAS escreveu)
Créditos das Fotos e desenhos: postagens na Internet
Não gostei, pois tem muito texto e nenhuma imagem.
ResponderExcluirGostei do texto, muito bem colocado e esclarecedor. Mas fonte verde-limão minzifio? Dói os olhos. Tive que selecionar o texto para ler ele em branco com fundo azul.
ResponderExcluirA Bíblia não passa de outro livro jurássico escrito para desescolarizados, para fanáticos, ou para conservadores, cujos originais se desintegraram, e hoje só temos as cópias das cópias; sendo que os textos foram sendo adaptados aos novos conhecimentos; e se chegou à atual Moderna Bíblia eletrônica.
ResponderExcluirA Bíblia foi escrita, foi traduzida, foi modificada, e é divulgada pelos fundamentalistas.
Ela passou da antiga BÍBLIA ORAL para o PENTATEUCO; quer dizer, o DEUTERONÔMIO; quer dizer, o ANTIGO TESTAMENTO; quer dizer, a HELENIZAÇÃO; quer dizer, as 04 GRANDES REVISÕES; quer dizer, as PARTES que foram RETIRADAS; quer dizer, o NOVO TESTAMENTO; quer dizer, os mais de 350 TRECHOS que foram excluídos do Novo Testamento por falta de veracidade; quer dizer, os trechos APÓCRIFOS que foram rejeitados; quer dizer, os CONCÍLIOS; quer dizer, as TRADUÇÕES; quer dizer, o CISMA do Oriente que dividiu a Igreja em Católica Romana e Igreja Ortodoxa; quer dizer, a REFORMA PROTESTANTE; quer dizer, as EDIÇÕES; quer dizer, as TEOLOGIAS cristas; quer dizer, as MITOLOGIAS Religio$as, quer dizer, as INTERPRETAÇÕES cristãs; quer dizer, as VERSÕES corrigidas e atualizadas, quer dizer, a Bíblia do Rei Jaime; quer dizer a moderna Bíblia digitalizada; Graham Phillips identificou mais de 70 versões diferentes da Bíblia, adaptadas para a Organização religiosa que a editou.
E a pretexto de facilitar a compreensão estão sendo produzidas NOVAS VERSÕES da Bíblia, com textos alterados, e diferentes em sentido, dos textos originais.
A Bíblia ESCRITA começou ser redigida a mando do Rei Josias; pelos escribas do Templo, com a finalidade de fingir que Deus existe, fazer crer que o Deus dos judeus comandaria o Universo; ajudar organizar a conduta do povo, de acordo com a suposta Justiça divina; impor preceitos de higiene, de sabedoria, de ética, de Justiça, ou de bondade aos que acreditam no Deus dos judeus.
E para impedir que tanto as epopéias como os épicos do passado sejam esquecidos.
Lisandro - No caso, "desescolarizado e fanático, etc." é você e NÃO quem acredita na Bíblia.
ExcluirUm dia, pesquisando sobre o "Sudário de Turim", vi uma RESPOSTA sua, no Yahoo Respostas, na qual diz que o Sudário "foi uma obra de Leonardo da Vinci". rss
Mas... Como poderia ser, SE o Sudário já existia ANTES de Leonardo nascer?
Será que ele o teria feito ANTES de nascer?
Uma pessoa que fala uma BESTEIRA dessas, só pode ser "ateu fanático e desescolarizado".
PORÉM isso mostra que tem uma visão distorcida das coisas. Quer "aparecer" CONTESTANDO (principalmente a Bíblia), mas NÃO sabe do que fala.